sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Bardo

“O bardo contou:
─ Em um reino, onde regras são apenas regras, não tem valor na prática, as coisas correm sem freio e não há pedágios para os que chegam em mulas e voltam para casa a cavalo. Contam que os Clãs do Tabaco, e seus respectivos líderes, perdem força a cada dia e não conseguem permanecer fortes e sua hegemonia econômica e ideológica. Seu produto perde prestígio, e seus usários são feitos menores, resumidos a seres atrasados, reacionários e que irão morrer em breve.
─ E para quem perdem força? ─ Quis saber o andarilho.
─ Oras, para quem! ─ Foi ríspido o bardo ─ Para àquele que está acima do rei, que governa sem regras, que não tem direito hereditário algum, e nem advém de nenhuma Casa Real.
─ Como governa, se não tem direito hereditário? ─ Nesse reino, rapaz dos passos ligeiros, quem governa é quem tem mais moedas de ouro!
─ E de quem fala, velho bardo? ─ Inquietou-se o andarilho.
─ De quem mais seria, se não o Imperador do Reino Alcóolico? Quem mais teria liberdade de ir e vir em nossas cortes, sem qualquer restrição? Que vangloria seu produto e o alça em um patamar superior. Que ilude e faz acreditar, que aqueles que o consomem são melhores, mais modernos, são libertos. E em caso, diminuiu o valor ideológico do produto fornecido pelos Clãs do Tabaco.
─ E os líderes dos Clãs do Tabaco? Por que não reagem?
─ E que poderes teriam para digladiar com o Imperador do Reino Alcóolico? Idelógico? Econômico? ─ Desdenhou o bardo ─ De quem vos falo, jovem, é mais forte em regalias que o próprio Rei!”