terça-feira, 26 de julho de 2011

Roda da fortuna

       Os que estão acima um dia cairão “– Plante e colha o grão dinamante.” Produto dos movimentos eternos, transmutações imutáveis de ando transcendente – de galgo mágico. Impulsionador das engrenagens, dos movimentos naturais, do roteiro cíclico. Interpolação do dia e noite. Da luva que toca o céu por cima dos ombros, e que sustenta o solo que firma os pés. Feitos da mecânica dos homens, de vida celeste, de algum lugar, do movimento que libida o gosto provocado pela vontade e pela omissão.
Não é roda. Não é instrumento, mas roca. Não se usa, mas trás pelo movimento o que tem no poço. A que aduzi vida e acalma a sede. Que gira, que desce o balde, que expõe à superfície o que espera o homem. O que tem no poço o homem bebe; e bebe a si mesmo, seu conteúdo, sua essência. Bebe a vontade que move a manivela, bebe a força de seus atos.

Eremita

         O guia. Lampião que guia a frente do caminho que ilumina, mostra o túnel de luz “Halo da luz longeva”. Luz da tomada de consciência, da descoberta, da informação. A consciência sempre liberta, o espírito alerta, a proteção, a premonição, o enxergar interior da alma. Mestre da iluminação, o condutor, o iniciador. Segura a lâmpada da verdade, doravante guia e brilha. Sabe o caminho “– Venha, lhe mostrarei onde seguir.” Do cajado serpentária, que domina as forças planetárias, de principado, de ressurreição, da terra ou do céu. Cajado de sustento de corpos – profético – que abre mares.
Sobrevive de solidão, senhor dos desertos; não um solitário lôbrego, o que trás a mensagem dos longes, o intérprete de oráculos – portador das visões. Revelações do vago - secas. Atufado de retraimento, de recolhimento, de vazio; do momento de reclusão para um novo renascimento.

Justiça

        A escolha que faz o homem “- Tome a decisão, tens a opção, veja a direção.” Sentido da vida.  O príncipe que governa com seu carro celeste, que orienta voluntariamente para a direita, para a vitória. Tem o caminho da luz, da vida; sobre a terra que a vida e a luz são eternas. Onde se sucedem a eterna alternância da noite com a morte – onde não é a força, nem os esforços, tampouco a certeza de vencer, de chegar ao fim, de ter êxito, que faz o mago que se transformar em príncipe forjar o triunfo essencial, que o fará avançar pela corda frouxa do destino acrobata, sem risco de cair pela esquerda: sem o equilíbrio. Faz justiça: Orienta para o caminho do futuro, com a perseverança que não se pode duvidar, nenhum instante, para alcançar a recompensa.
Não é a justiça dos homens, em seus indecifráveis enigmas, é a justiça da vida e da verdade, sem o toque dos valores que permeiam o mundo de caráter moral. Justa e arcaica, antiquaria, originária. O influxo no instinto da sobrevivência, da garra precisa, irresoluta que guia a razão. Afinada em si mesma, não vacila. Coordena, tão precisa, tudo o que dela vêm e que a ela retorna. Nada descarta; tudo se aproveita, se refaz, se molda.