terça-feira, 1 de maio de 2012

Julgamento


Luz ─ divina ser ─ sob o clarão em ofuscar os olhos dos homens, ou enlouquecer? Do rio que desce dos montes, em via dupla, distintas, é caminho dual, é a luz e as sombras. Pelo exterior e o interior. “─ Sabe o caminho para o julgamento? Logo ali, atrás do tronco, é o lugar de sua queda!” À deriva do que vem do julgo: separação das peças, conhecer em face o que és, da palavra dita em sintonia ao ‘saber o certo’.

Em tirar as vestes “─ Prepare-se para a queda, tire todo o seu artifício, mostre-se tal como és.” Para brilhar a luz interior do ser, em não ter vergonha do corpo nu, ora ser o que és. Clarear entre justiça e injustiça, verdadeiro e duvidoso [...] Tocar ao fundo a essência que provém à existência, caminhar ao medo e a esperança, beber o mundo interior, beber em si.

Sol

Do iluminar que expande pelo horizonte, que a cada passo dado acorda a natureza, dança e segue o caminho da voz que enuncia a chegada do novo dia. Depois do cantar em uníssono das aves matinais, que busca restaurar o que foi perdido outrora. Em desfazer bonança, alavancar corpos, libertar os gritos, cessar o silêncio de desejo noturno, que toca partes desfeitas. Livrar a obscuridade de imenso deserto ─ em um só golpe ─ fazer falar a loucura. Desacorrentar os bichos, regar o solo e plantas, dar boas-vindas ao Grande Astro Pai.
De vozes não vistas que atroam ao longe, que incitam aos mortais a mirar a aparição divina que se ergue aos Céus. Sob braços de cura que aliviará e erguerá os enfermos. “ ─ É o brilho da Roda dos Astros que arrebata o orgulho e a razão, abscindi o ego, auri a veda dos olhos, outrora posta ali encadeando vertigens de loucura.”

Mira em símbolos, é a Morgana e a Guinevere, a loucura e a razão, copulam e geri o saber dos Deuses. Saber não convém loucura, nem a olhos alheios. Anterior à candura, a pureza, a doce leveza do ser, ao próprio ato da criança.