Atacou-o com dois golpes rápidos, atingindo-o sob o
pescoço; caiu levemente ao chão, o sangue escorreu sobre toda a vegetação
rasteira, em instantes via-se um lençol vermelho vivo sob todo o chão.
Olhou-o nos olhos, seus olhos ainda agonizavam, silenciosamente – em um misto
de medo e ódio – feras não lidam bem com derrotas. Tampouco, covarde – derrota covarde.
Havia desferido três golpes em seu pescoço. O primeiro para ceifar, o segundo
para derrubar, o terceiro para garantir a morte, quando um só bastava, os
outros eram arrogância. Guerreiros também são covardes. As presas, muitas
vezes, lhe são um fantasma obsoleto.
O
primeiro olhar lhe causou ódio, o posterior trouxe-lhe alívio, o último um
tremendo pesar. A besta não o tinha atacado. Ele sim, a emboscou-a, e em
atitude Judas ceifou-a, covardemente.
O pai o
tinha dito: “não matarás sem que o fim seja o alimento”. O arrependimento
tardio já não o consola. Um demônio pessoal ao chão, que não há de voltar, e,
por fim, uma lição.