domingo, 27 de novembro de 2011

Diabo

       Caído, desfeito, que não se reveste em indumentária transida por falácias humanas. Não é dos olhos sentenciados que se ergue, é em mais e mais que em palavras dirás. Não tão próximo às realidades atingíveis pelo pronunciar de idéias encapsuladas pelo sabor de moral e injúria mundana.
A imagem presa em ar de besta-pessoa, não é. É de sensações presas, faces, fases do que há de não-natural, real de ver, é sobrenatural. Que se assemelha em traços animalescos, de sedução feminina, de não-real, de virilidade masculina, do encontro em místico conhecimento.
Não é do útero de fêmea humana: em natureza simplória não se cria. Nasce de si, floresce e se alimenta da imaginação-fantasia dos seres. De mesmo processo de nascimento de divindades, de fantásticos poderes e de atitudes humanóides; semblante em dual tem.
Que há em interno, que se cria em organismos análogos. Comportamento-bestiário do medievo, tão próximo em imagem de reflexão, em lâmina reluzente. Andrógino do primeiro ciclo de vida, tão semelhante ao Adão-primeiro-homem. Que desvia o caminho não distante do conhecimento. Rouba a razão do que é certo. Mestre em transfiguração – o duplo figural entre o masculino e o feminino  – macho e fêmea –  sempre faltante, não de tudo se completa. A peça conjurada dos desejos, vontades, sentimentos, vaidades...  em ser... para ser.

2 comentários:

  1. Bom, passei por acaso, não o conheço. De qualquer forma devo falar que apreciei seus textos e seu Blog.Textos mistéricos e rico em fantasia. Parabéns!

    Liz

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  2. Estranho modo de escrever, mas esse estranho não é de todo um mal, é interessante, subverte símbolos já conhecidos e os transcendem em significações bem maiores. Gostei muito! Parabéns!

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