segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Aquarela

        No quadro havia um retrato; no retrato havia uma imagem. Imagem que não podia ser tocada, que não pode ser sentida, que não pode ser vivida. Lembrava daquele recorte; a tinta que estava sobre ele tinha jorrado de suas mãos; todos aqueles detalhes foram esculpidos pelos seus desejos. Estaria a vontade para mergulhar naquele emaranhado de cores; cada tom daquela tela refletia momentos que por eles foram vividos. Mergulharia naquela aquarela junto a ela; daria-o essa oportunidade de sentir novamente aquele dia. Nadaria sobre aquela nostalgia: Ela era a vida, vivida, tida, consumida, sofrida, perdida.

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