Não sabia que ela seria a sua donzela.
Não, não sabia. O destino resolveu cruzar suas vidas; convidou-os para dançar a
dança espiral do êxtase. Era o guerreiro destemido, que de todos os venenos
tinha provado e de nada tinha medo. Todavia não era um rapaz afortunado, o
destino resolveu brincar com a sua sorte. Não saberia ele o momento em que as
águas desceriam os rios. A insuficência estaria presa em sua garganta e não o
deixaria proferir o que sentia.
Em seu caminho a Esfinge fora postada,
ela não o deixaria prosseguir, sem antes decifrá-la. Ele detinha o segredo
esculpido em suas entranhas, mas o receio em fraquejar o fazia balbuciar. Bem sabia
que não tinha uma nova carta, precisava ser ágil. Ao fim, ele conseguiria
atravessar a muralha, mas o destino a rosa negra lhe reservara.
Teve o direito de tocar a donzela, de
agraciá-la. Contudo o destino não o tinha como companheiro; reservou-lhe a
rainha proibida para acorrentar seu coração. Essa união não era pura, o que
residia em suas veias também morava nas dela, eram unidos pela mesma carne. Das
entranhas dela, ele veio, ele era o seu herdeiro.
Renhido, os seus olhos deserdou.
Queria estar cego para não enxergar o infortúnio que cometera. Não deveria ter
dormindo sobre os seios que o amamentara; essa foi a sua maior agrura: morrer
sem a imagem de sua amada novamente reencontrar.
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